Pelas redes sociais, Pamela Germano anunciou seu diagnóstico positivo para coronavírus e compartilhou com os amigos textos e vídeos falando sobre seu tratamento
Estar infectado pela Covid-19 em um pequeno município, como Garuva, pode dar à pessoa uma visibilidade significativa e deixá-la exposta para possíveis comentários de julgamentos alheios e, até mesmo, discriminações diretas. Mas, mesmo com esta consciência, Pamela Thaís Germano, 27 anos, optou por contar pelas redes sociais que contraiu o novo coronavírus e a evolução de seu tratamento na quarentena.
Pamela, que acabou perdendo o emprego justamente por causa da pandemia, conta que tomou essa decisão para prevenir a proliferação do vírus no município, pois, de acordo com ela, por ser a única da família a estar fora dos grupos de risco, fez todos os serviços essenciais da casa, como ir ao mercado, verdureira, farmácia, banco, entre outros; com isso, teve contato com muitas pessoas. “Caso alguém que teve contato comigo sentisse os sintomas, ficaria mais fácil para procurar o centro de referência”, complementa.

Pamela começou a sentir sintomas leves da doença, mas, quando perdeu o paladar, decidiu fazer um teste no Centro de Referência ao Coronavírus, em Garuva, após sete dias do início das manifestações de uma possível contaminação. Segundo a jovem, quando soube que estava com o novo coronavírus ficou, de primeiro momento, assustada, mas tentou manter a calma.
“O que se escuta sobre esse vírus são as piores coisas, então passaram as piores coisas na minha cabeça. O meu medo não era eu pegar a Covid e sim transmitir esse vírus para pessoas do grupo de risco, não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com alguém por ‘culpa minha’, revela.
Pamela conta que, após respirar fundo e entender o que estava acontecendo, reorganizou seus pensamentos para evitar um abalo psicológico, por acreditar que este fator pode influenciar no tratamento.
A paciente afirma que não houve arrependimento e reafirma a importância de sua atitude para o bem de todos. “Se cada um que testasse positivo se expusesse e tomasse todas os cuidados essenciais, esse vírus não teria se espalhado tão rapidamente”, destaca e ressalta sobre sua boa saúde, mas que se preocupa com a da população que, agora, enfrenta dificuldades para superar a síndrome gripal.
Gravação/Acervo
Sobre o resultado da exposição de sua imagem como uma das 124 pessoas infectadas pelo vírus em Garuva, Pamela conta que recebeu muitas mensagens de apoio e carinho, mas alerta as pessoas que ainda estimulam a discriminação que ninguém está imune.
“É uma boa hora de praticar a empatia”, diz.
Mesmo com o fim de sua quarentena, na tarde de ontem, Pamela optou por continuar em isolamento no seu quarto por mais uma semana, para ter certeza que está recuperada.