Em Garuva, pais temem enviar filhos às escolas após ameaça de massacre

A notícia sobre as ameaças de um possível massacre na Escola Municipal Vicente Vieira, em Garuva, deixou a população em alerta. Pais de alunos, agora, temem enviar os filhos às rotinas escolares durante a semana.

O filho do vigilante Luciano da Silva Cruz, de 40 anos, estuda no 7º ano da escola que recebeu as ameaças. De acordo com o pai, o menino só voltará às aulas quando os responsáveis pelas ameaças forem identificados.

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Luciano conta que ao receber a informação do possível massacre na escola do filho lembrou de uma notícia que tornou-se comum em outro país. “Veio na minha cabeça algumas cenas, como nos Estados Unidos, que chegava alguém dando tiros para todos os lados e matando crianças”, lamentou. O pai aguarda uma punição, de acordo com a lei, aos responsáveis pelo caos instaurado em Garuva, “pois isso é uma situação que não se deve ignorar”.

Medo instaurado em outras escolas

O motorista Eder Alan Pereira, morador da localidade Garuva Acima, é pai de alunos da Escola Municipal Vicente Vieira e da Escola de Educação Básica Carmem Seara Leite. Eder destaca que eles só voltarão a frequentar as aulas quando as escolas estiverem mais seguras em relação às ameaças.

“Insegurança e desespero, pois e uma situação, que já vimos em outras cidades, o medo de perder um filho é muito grande; me coloco na dor dos pais que já passaram por isso e sofrem até hoje”, comentou.

O pai espera que haja punição aos envolvidos, para que não hajam novos episódios como esse.

Berçário em alerta

A diretora e sócia do berçário Kamby Berçário, Esther Röder, de 42 anos, recebeu uma série de mensagens de pais assustados com a notícia das ameaças. De acordo com ela, uma parcela não irá enviar os filhos nesta segunda-feira (29), dia previsto do possível massacre.

A profissional destaca que os cuidados de segurança dos bebês sempre foi um assunto prioritário na instituição e que, agora, eles serão redobrados.

“Sempre mantemos portões e portas principais trancadas. O acesso aos pais também são restritos. Apenas adentram a escola as mães para amamentação, onde temos uma sala para recebermos essas mamães. Deixamos entrar para manutenção ou algum reparo na escola somente pessoas de nossa confiança e que já são nossos parceiros de trabalho”, explicou.

Mesmo com toda a atenção, Esther não esconde a presença do medo instaurada. “Somos humanos e já vimos nos noticiários isso realmente se concretizar em outras cidades e países. Então, acredito que todos garuvenses estão apreensivos. Até por ser uma cidade pequena, e nunca tínhamos ouvido algo assim, para nossa cidade”, contou.

A diretora nota que essas ameaças acabam atrapalhando a rotina escolar, identificando que, geralmente, essa temática era, normalmente, presente em outras cidades. “Mas quando há uma ameaça próxima a nós, nos tira da zona de conforto. O que nos deixa um pouco mais tranquilos, é que já temos esse cuidado diariamente, então vamos manter”, garantiu.

Reforço policial

O sargento e comandante da Polícia Militar do município Juarez França dos Santos afirma que disponibilizará reforço policial para intensificar a segurança.

“As rondas serão estendidas a todos os colégios. Tudo organizado através de uma força tarefa, apoio da Agência de Inteligência, equipe do Proerd, da Ambiental e mais duas guarnições de Rádio Patrulha”, listou.

Em complemento, destaca que há uma investigação para identificar os envolvidos. “Já existe uma força tarefa voltada nesse sentido para que coisas não venham a tomar uma proporção de amedrontar a sociedade. Pode ser algo que não aconteça, pode ser simplesmente para assustar, mas, mesmo assim, os responsáveis serão identificados”, disse.

O diretor da Escola Municipal Vicente Vieira Adriano Dierschnabel acrescenta que a escola possui sistema de filmagem e todos os acessos dos alunos, inclusive durante o recreio, são monitorados, mas que haverá um reforço redobrado de atenção na próxima semana, com auxílio da Polícia Militar. “Podemos errar, mas vamos errar por excesso de proteção”, afirmou.

A diretora da Escola de Educação Básica Carmem Seara Leite, Rosângela Maria Moisés, comenta que recebeu ligações de pais preocupados com a segurança dos seus filhos e levou a demanda ao conhecimento da Coordenação Regional de Educação, que também solicitou policiamento. Ela afirma que, também, já orientou todos os servidores, professores e funcionários algumas medidas de segurança para a próxima semana. “Manteremos os portões fechados, e entrada de pessoas estranhas e pais só após identificação’, disse.

Entenda

Um perfil no Instagram com o nome “Massacre Vicente Vieira” colocou a Polícia Militar de Garuva em alerta. De acordo com o sargento, a polícia também recebeu informações anônimas sobre os nomes dos possíveis responsáveis pelo massacre, série em que estudam na Escola Municipal Vicente Vieira e a data planejada do atentado: segunda-feira (29). O perfil também faz uma saudação nazista, em alusão a Hitler.

Perfil foi identificado no Instagram. Foto/Redes sociais

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Texto: Herison Schorr

Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc

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